"Quando faço mergulho sinto-me um extraterrestre"

Músico prepara-se para lançar um livro infantil, intitulado 'A Coragem de Tição'<br />
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O livro A Coragem de Tição, que é lançado no sábado, marca a sua estreia como escritor. Como surgiu este projecto? Nem eu me lembro, mas tem muito que ver com a minha vivência enquanto mergulhador. Quando faço mergulho, sinto-me como um extraterrestre a ver uma sociedade perfeitamente organizada, equilibrada, com as suas regras e comecei a imaginar uma história, neste caso em torno dos cavalos-marinhos.

Faz mergulho há muito tempo? Desde os 15 anos. Agora, há já uns tempos que não faço por falta de disponibilidade, mas houve uma época, sobretudo em Cuba, em que fiz muito.

O que é que significa o título? É a coragem de um cavalo-marinho preto. A história foi toda construída em torno dele, da sociedade em que ele vive e da forma como reage (no fundo, ele é um miúdo), que acaba por transmitir esses valores que têm que ver com solidariedade.

Como imaginou essa sociedade aquática? Embora tivesse preservado algum valor científico, quis organizá-la um pouco como os cavalos - lá está outra das minhas paixões. Este cavalo-marinho tem uma manada, o chefe da manada é o pai dele. E depois há os maus, como a barracuda.

Há, portanto, uma mistura entre o mundo terrestre e o mundo aquático? Sim. O cavalo-marinho é um peixe mas eu gosto de chamar manada. É muita imaginação à solta que pode trazer uma melhor compreensão por parte das crianças.

Consegue imaginar a história como um filme? Fiquei assombrado com as ilustrações da Catarina França e até comentei que ela deveria ser mergulhadora porque foi buscar cores que só quem lá vai abaixo é que conhece. Daqui em diante pode acontecer tudo.

Costuma ler histórias aos seus filhos? Tenho quatro filhos, e nas idades próprias lia-lhes histórias e contos, desde os mais tradicionais aos mais actuais. Eles agora já lêem os seus próprios livros.

E já leram o seu? Já, antes mesmo de ser impresso. O de 8 anos ficou muito mais interessado na história que o de 11, que leu com um sentido mais crítico. A de 15 adorou. É muito engraçado, não há um target específico.

Depois deste vão surgir mais livros? É um bicho terrível. Sinto-me tão emocionado com este livro como me senti quando lancei o primeiro disco, com os Trovante, em 1976. É bom emocionarmo-nos com o que fazemos, por isso, não vejo porque não.

Já está a preparar um novo álbum? Estou a começar a pensar em ideias que irão dar origem a novas canções. Gostava de ter um novo disco em 2011.

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